O uso de roteadores wireless está cada vez mais comum, seja para uso doméstico ou empresarial. Ele é bem prático pois dispensa a utilização de cabos para conectar os computadores. No entanto, essa vantagem vem acompanhada de alguns incômodos em relação à conexão cabeada. As redes sem fio apresentam, de longe, um número muito grande de reclamações por sinal fraco. São vários os fatores que contribuem para a degradação do sinal, como a potência da antena que está transmitindo, muitos obstáculos pelo caminho (quando falamos obstáculos, estamos falando de qualquer coisa que esteja entre uma antena e outra), distâncias elevadas e até mesmo refletores de sinal, como espelhos e corpos d’água. Aqui no apartamento, por exemplo, um conjunto de fatores faz com que numa distância de mais ou menos 10 a 15 metros o sinal Wi-Fi fique uma bela bosta!
Mas existe uma solução simples e rápida que pode tornar o sinal excelente em todas as áreas de sua casa ou empresa: usar um repetidor de sinal. E é justamente isso que o Guia do PC ensinará na coluna Dicas desta semana. Vamos lá!?
Repetindo o sinal do meu roteador principal
A solução para lidar com o baixo nível do sinal de seu roteador wireless é usar um segundo ou, dependendo do caso, até mesmo terceiro roteador na sua rede. Eles teriam a única função de retransmitir o sinal do roteador principal. Como funciona isso em teoria? O sinal do seu roteador principal é transmitido para o roteador secundário, que pode ser transmitido para um terciário e assim por diante. O roteador secundário e terciário emitem o sinal repetido do principal. E, assim, se você estiver, por exemplo, longe demais do roteador principal mas perto do secundário, o sinal que você receberá será excelente, por estar perto do repetidor de sinal. O roteador secundário e terciário se tornam uma extensão do principal. Uma imagem diz mais do que mil palavras. Então, a figura abaixo exemplifica muito bem este conceito:
Agora que vimos como funciona o conceito de repetição de sinal e estamos cientes de sua real utilidade prática vamos pôr a mão na massa. Para esta dica usamos como exemplo dois roteadoresTP-LINK TL-WR340GD, que é um modelo básico de roteador que suporta o padrão IEEE 802.11g, que oferece conexões de até 54 Mbps. É importante que ressaltar que cada modelo de roteador têm sua própria interface de configuração. Portanto, seria impossível elaborarmos uma dica que seja exatamente igual para todos. O que vamos ensinar aqui são os princípios para a configuração de uma ponte entre seu roteador principal e os demais roteadores que você instalará. Se o modelo de seu roteador é diferente deste, e provavelmente seja, não se preocupe, pois a lógica é sempre a mesma. Com isso em mente, vamos trabalhar!
Acessando o roteador secundário
Primeiro passo: Partindo da suposição que o seu roteador principal está ligado e funcionando normalmente, ligue o secundário numa tomada e, através de um cabo Ethernet, conecte a ele um PC ou notebook, que serão usados para acessarmos as configurações do roteador secundário.
Segundo passo: Para acessarmos o roteador secundário devemos abrir o nosso navegador e digitar “192.168.1.1″ (sem as aspas). Geralmente esse é o endereço padrão da maioria dos roteadores. Mas, como já informamos, no seu modelo pode ser diferente. Caso você não consiga acessar por ele, procure na parte debaixo do mesmo, lá provavelmente estará o endereço de acesso. Caso contrário, consulte o manual de instruções. Lá com certeza você encontrará o endereço de acesso de seu dispositivo.
Terceiro passo: Se você digitou o endereço corretamente vai se deparar com uma tela que pede login e senha. Quase sempre elas são, respectivamente, admin e admin. Se não for essas, novamente, consulte a parte inferior do aparelho ou use o manual de instruções.
Configurando o roteador secundário
Depois de ter conseguido acessar o roteador, a primeira coisa a se fazer é mudar o IP, caso os dois roteadores usem o mesmo endereço. Isso acontece porque o IP de acesso 192.168.1.1 é o padrão de fábrica da maioria dos dispositivos de rede. Desta forma, a chance do endereço ser o mesmo é bem grande. Mas caso não seja, pule essa parte. Para mudar o IP você deve…
Primeiro passo: Acessar no menu lateral da esquerda, na categoria Basic Settings, Network > LAN. Aqui você verá o IP do seu roteador. Na imagem abaixo ele é o padrão: 192.168.1.1. Supondo que o roteador principal esteja com o mesmo IP, altere o do secundário para “192.168.1.2“. Então clique em “Save”.
Segundo passo: Agora você será desconectado e o roteador vai reiniciar, para poder aplicar a alteração. Após isso você irá acessá-lo novamente, só que agora pelo IP novo. Após realizar o segundo acesso vá em Wireless > Wireless Settings. Mude o SSID para um nome que identifique o roteador secundário, para você não se confundir. Se você não sabe, o SSID é o parâmetro que define o nome daquela rede. É por causa dele que quando estamos procurando redes abertas em shoppings e outros locais públicos podemos ver nomes amigáveis, ao invés de um emaranhado de endereços IP. Aqui, coloque um nome à sua escolha, como “Rede com vírus. CUIDADO!“.
Terceiro passo: Agora é hora de trocar o canal do roteador. O canal, ou muitas vezes chamado Channel, é uma faixa de frequência onde os dispositivos atuam. Configure o roteador secundário num canal diferente do principal. Não deixe os dois roteadores com o mesmo canal, se não apenas um irá funcionar. Aqui você pode configurar para algum canal entre um e quatro.
Quarto passo: Agora marque a opção Enable Bridges, que em outros roteadores talvez apareça como Enable WDS. Esta é a opção que ativa o recurso de ponte, ou seja, que torna o seu roteador como um repetidor de sinal.
Quinto passo: Irá aparecer uma opção para colocar o endereço MAC. Essa é a sigla para Media Access Control. O MAC é um endereço único de cada dispositivo de rede e ele tem uma função importante no controle de acesso de uma determinada rede. Bem, nesse campo você deve colocar o endereço MAC do roteador principal, pois é por meio dele que acessaremos a internet. Os roteadores secundários servirão apenas como meros repetidores, portanto o endereço MAC deles não é importante neste cenário. Coloque e depois de digitar uma senha na parte de segurança logo abaixo, salve.
Abaixo, uma tela que mostra todas as opções sobre as quais falamos agora a pouco.
Sexto passo: Ainda tem uma última coisa a ser feita no roteador secundário. No menu lateral vá emAdvanced Settings > DHCP e clique em disabled, então salve. Isso serve para que o roteador secundário não gere novos endereços IP automaticamente e pegue o IP que estiver válido no roteador principal.
Como dito anteriormente, é impossível fazer um passo a passo que seja igual para todos os modelos existentes no mercado. Para alguns roteadores como o TP-LINK WR1043ND, essa configuração, apesar de mudar alguns nomes nas opções (como foi dito a lógica é a mesma), já é suficiente para funcionar. No nosso caso (TP-LINK modelo TL-WR340GD), ainda precisamos fazer umas pequenas configurações no roteador principal.
Configurando o roteador principal
As configurações do roteador principal são praticamente as mesmas do secundário, com algumas pequenas mudanças. Veja:
- Acesse o roteador principal, que no nosso caso está com o IP 192.168.1.1.
- Vá em Wireless > Wireless Settings. Mude o SSID para um nome que identifique o roteador e seja diferente do roteador secundário.
- Coloque o channel para ficar entre um e quatro, mas que seja diferente do roteador secundário.
- Agora marque a opção Enable Bridges.
- Irá aparecer uma opção para colocar o MAC. Esse é o MAC do roteador secundário. Coloque e depois de digitar uma senha na parte de segurança logo abaixo, salve, para que as mudanças sejam aplicadas. Uma dica é colocar a mesma senha para todos os roteadores, com o objetivo de facilitar o gerenciamento da próxima vez que for preciso fazer alguma configuração.
- No menu lateral vá em Advanced Settings > DHCP e verifique se ele está habilitado. O DHCP do roteador principal, sempre deve estar habilitado. Salve.
Sinal melhor para todos!
Feito isso, os roteadores se comunicarão, com o secundário repetindo o sinal do primário e, desta maneira, ampliando o alcance da rede. Para repetir o sinal para mais roteadores basta repetir o processo, sempre lembrando de colocar os endereços MAC no repetidor como no que vai ser repetido. No modelo usado nessa dica o roteador funciona como AP+WPS, ou seja, além de transmitir o sinal via wireless, funcionando como repetidor do roteador principal, você pode se conectar a ele via cabo. veja mais algumas nomenclaturas e modos de funcionamento existentes:
- Access Point é quando recebe o sinal via cabo e repassa via wireless;
- Access Point Client é quando recebe o sinal por wireless e repassa via cabo;
- Repetidor é quando recebe sinal wireless e repassa sinal wireless;
- Bridge é quando o sinal do cabo é convertido para wireless e de wireless para cabo;
- Modo AP+WDS é quando se usa o sinal via cabo e ainda assim o mesmo roteador funciona como repetidor.
E esta foi a nossa coluna Dicas desta semana! Espero que tenha gostado e, em caso de dúvida, fiquem a vontade para perguntar nos comentários.
Fonte: Guia do PC
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